
O mundo estava dividido pela Guerra Fria. Os Estados Unidos aumentavam a ofensiva no Vietnã e se expandia, com toda a força da juventude, o movimento hippie. Como resultado da acirradíssima disputa entre comunistas e capitalistas, caberia à ciência e à tecnologia a viabilização de uma das maiores façanhas do fecundo século XX e de todos os tempos. Há quase 40 anos, em 20 de julho de 1969, a humanidade, deslumbrada e ao mesmo tempo incrédula, veria o homem pisar pela primeira vez o solo lunar.
Quatro dias antes, mais de 1 milhão de pessoas se aglomeravam em torno da base de lançamentos da Nasa, no Cabo Canaveral, na Flórida. Em frente aos aparelhos de TV se encontravam ansiosos 1 bilhão de espectadores. Às 10h32 de Brasília, o foguete Saturno 5, depois de uma explosão ensurdecedora, partiu para os céus. Dentro dele estavam os astronautas Neil Armstrong, Edwin Aldrin e Michel Collins. Começava a desafiadora e arriscada aventura.
Os riscos eram tão altos que, pelos critérios de segurança atuais, provavelmente a viagem não teria sido autorizada. O momento da alunissagem ilustra bem o perigo. Desorientado, o comandante Armstrong tentava encontrar pela janela o local indicado para o pouso. Ao seu lado, na cabine de apenas 2,4 metros quadrados, Aldrin ficava de olho no indicador do nível de combustível, que se aproximava ameaçadoramente do fim.

Dava para apenas mais 30 segundos de vôo quando o frágil módulo Eagle finalmente tocou a superfície poeirenta do Mar da Tranqüilidade, no equador lunar, a 1 quilômetro do alvo. “A Águia pousou”, avisou Armstrong para os controladores da missão, em Houston, a mais de 380 mil quilômetros de distância.
Nem os técnicos da Nasa nem as cerca de 1 bilhão de pessoas – quase um terço da população mundial, na época – que se apertavam na frente dos aparelhos de TV, para acompanhar a chegada do homem à Lua, ficaram sabendo do incidente. Uma dificuldade insignificante diante da dimensão da epopéia que Armstrong, Aldrin e o colega de missão, Michael Collins (os três então com 38 anos), estavam escrevendo naquele domingo.
“Um pequeno passo para um homem, mas um grande passo para a humanidade”, disse Armstrong, com a voz entrecortada, ao deixar a marca de seu pé esquerdo no pó lunar, às 23h56min20s de Brasília. A frase marcaria para sempre o século XX.
“A poeira adere às botas como uma fina camada de carvão”, constatou o comandante da Apollo 11, que tropeçou na escada e por muito pouco não deixou a marca das mãos, antes do pé, no solo da Lua.
Buzz Aldrin caminha pela lua
Vinte minutos depois, Aldrin juntou-se a ele, descendo saltitante as escadas do módulo lunar. “É lindo e desolador”, disse o piloto, cujo primeiro desejo na Lua foi o de fazer xixi, o que fez em um tubo conectado a pequenas bolsas, única forma de os astronautas se aliviarem.
Armstrong e Aldrin passearam por duas horas e dez minutos na Lua, movendo-se desajeitadamente, por causa da baixa gravidade. Fincaram uma bandeira dos Estados Unidos e deixaram uma placa, levada no trem de pouso da Eagle, onde se lia: “Aqui, homens do planeta Terra pisaram pela primeira vez na Lua, em julho de 1969. Viemos em paz, em nome de toda a humanidade”. Abaixo, as assinaturas dos três astronautas e a do então presidente norte-americano, Richard Nixon.
Um comentário:
nosso muito interressante
um abraço Magda
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